Mais de 40 anos após o presidente Emílio Médici ter inaugurado simbolicamente a abertura da rodovia Transamazônica, afixando uma placa sobre o tronco de uma castanheira em Altamira, a população da região pode, finalmente, comemorar a chegada do asfalto. Para marcar o acontecimento, um ato público foi realizado no centro de Brasil Novo no sábado, 4.
O coordenador geral da Fundação Viver, Produzir, Preservar, entidade que congrega as principais entidades dos movimentos sociais da região, João Batista Uchoa Pereira, destacou que a pavimentação da rodovia sempre esteve na pauta principal pela sua função múltipla como estimulador do desenvolvimento da agricultura familiar. "Os produtores já sentiram a melhoria nos preços do frete e abertura de novos mercados para seus produtos, além de beneficiar a população da cidade que terá melhor quantidade, qualidade e preço", diz.
O trecho concluído, de cerca de 250 quilômetros, se estende do município de Anapu, passando por Belo Monte em direção a Altamira, Brasil Novo e Medicilândia, onde vivem pelo menos 500 mil pessoas e foi o principal polo de migração nas últimas décadas. Ali também está a maior concentração de riquezas com mais de dois milhões de cabeças de gado leiteiro e de corte, maior área de cultivo de cacau que gera cerca de 250 milhões de reais/ano e ocupa milhares de famílias produtoras, além de grande produção de mandioca, milho, mamão, banana, cítricos e hortaliças.
Em meio a solenidade, todos os participantes fizeram uma caminhada simbólica sobre o asfalto novo que tem sete centímetros de espessura, suficiente para suportar o tráfego pesado que deverá aumentar muito quando a rodovia se interligar à BR-163, (Cuiabá-Santarém). As duas rodovias, que estarão totalmente concluídas até 2016, segundo cálculos dos engenheiros responsáveis, farão parte da logística de transporte de boa quantidade de soja, milho e outros produtos colhidos no Centro-Oeste para serem embarcados ao exterior via portos paraenses tornando nossos grãos bem mais competitivos.
No entorno da Transamazônica, a Eletronorte vai acelerar as obras de energização das dezenas de vicinais que somam 15 mil quilômetros.
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