Irmã Jane Dwyer |
Na audiência pública promovida no município na semana passada, o assunto veio novamente à tona a partir da fala da Irmã Jane Dwyer, ligada à Comissão Pastoral da Terra e uma das sucessoras do trabalho de Dorothy Stan junto a camponeses da região da Transamazônica.
Para Jane, nos anos de 2005 a 2008, as atividades do PDS se desenvolviam lentamente, mas sem invasão de madeireiras e sem a venda ilegal de madeira. A coisa teria mudado de rumo nas eleições municipais de 2008, com a eleição da dupla Chiquinho do PT para a prefeitura local, tendo como vice, Délio Fernades, madeireiro e inicialmente citado como um dos envolvidos no assassinato da missionário, acusação ainda não provada.
A tomada da associação do assentamento por um grupo apoiado por madeireiros faria parte deste novo cenário local. Parte dos assentados que se mostravam contra a entrada de madeireiras ilegais no projeto estavam se articulando para a aprovação de um plano de manejo comunitário, sem a presença de madeireiras comerciais. A autonomia dos assentados representaria uma ameaça para os grupos interessados na madeira do assentamento. Irmã Jane apontou neste episódio de mudança na diretoria da associação do assentamento o sinal para a invasão madeireira ao PDS Esperança, resultando no atual conflito no projeto.
Em 2009, mais de 300 trabalhadores rurais se mobilizaram para coibir a extração ilegal de madeira em vários assentamentos da região. Naquele momento, servidores do Ibama, a partir de denuncia da CPT, apreenderam vários caminhões carregados de madeira extraídas de assentamentos. As cargas pertenceriam ao atual vice-prefeito de Anapu, o madeireiro Délio Fernandes
Neste momento, a então governadora Ana Júlia Carepa interviu diretamente no processo, relata Irmã Jane. A interferência de Ana Júlia está comprovada no Ofício do Gabinete da Governadora n° 622/09-GG, documento assinado e enviado para o então Presidente do Ibama, Roberto Messias Franco.
Neste ofício, a que tivemos acesso, a governadora diz que aquele instrumento estava sendo encaminhado como um pleito da “Associação dos Municípios do Consórcio Belo Monte”, que a esta altura já era presidida pelo prefeito de Anapu, Chiquinho do PT. No documento, está escrito que a Chefia do posto do Ibama no município de Altamira agiria “na contra-mão das políticas públicas que o Governo tentar implantar na Região. É contra os assentamentos do INCRA, contra o asfaltamento da Rodovia Transamazonica e contra a construção da Hidrovia [sic] de Belo Monte.”
O texto do documento diz que o responsável pelo Ibama em Altamira tinha uma atuação de “quanto pior, melhor” o que impediria a aplicação de políticas públicas e “que não tem sentido depender de apenas uma pessoa”.
Logo após o ofício da governadora, o gerente do Ibama, responsável pela fiscalização ambiental na região, Roberto Scarpari, foi transferido para Marabá. O posto do Ibama em Altamira, cidade na qual o governo pretende construir a mega-hidrelétrica de Belo Monte e que fazia as fiscalizações em Anapu, foi fechado. A fiscalização ambiental em Anapu deixou de ser feita pelo Ibama em Altamira, que fica a 135 quilômetros de distância, para ser feita pela sede em Belém, a mais de 700 quilômetros.
Novas ações de fiscalização não surtiram muito efeito, pois conforme foi relatado na audiência pública, antes mesmo dos fiscais do Ibama chegarem ao município, os caminhões madeireiros suspendiam a extração de madeira, até o fim da operação ambiental.
Já a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, órgão subordinado ao governo do Estado do Pará, sequer chegou a realizar qualquer operação de fiscalização ambiental no município, apesar dos constantes apelos durante todo ano de 2010, ano eleitoral.
A tomada da associação do assentamento por um grupo apoiado por madeireiros faria parte deste novo cenário local. Parte dos assentados que se mostravam contra a entrada de madeireiras ilegais no projeto estavam se articulando para a aprovação de um plano de manejo comunitário, sem a presença de madeireiras comerciais. A autonomia dos assentados representaria uma ameaça para os grupos interessados na madeira do assentamento. Irmã Jane apontou neste episódio de mudança na diretoria da associação do assentamento o sinal para a invasão madeireira ao PDS Esperança, resultando no atual conflito no projeto.
Em 2009, mais de 300 trabalhadores rurais se mobilizaram para coibir a extração ilegal de madeira em vários assentamentos da região. Naquele momento, servidores do Ibama, a partir de denuncia da CPT, apreenderam vários caminhões carregados de madeira extraídas de assentamentos. As cargas pertenceriam ao atual vice-prefeito de Anapu, o madeireiro Délio Fernandes
Neste momento, a então governadora Ana Júlia Carepa interviu diretamente no processo, relata Irmã Jane. A interferência de Ana Júlia está comprovada no Ofício do Gabinete da Governadora n° 622/09-GG, documento assinado e enviado para o então Presidente do Ibama, Roberto Messias Franco.
Neste ofício, a que tivemos acesso, a governadora diz que aquele instrumento estava sendo encaminhado como um pleito da “Associação dos Municípios do Consórcio Belo Monte”, que a esta altura já era presidida pelo prefeito de Anapu, Chiquinho do PT. No documento, está escrito que a Chefia do posto do Ibama no município de Altamira agiria “na contra-mão das políticas públicas que o Governo tentar implantar na Região. É contra os assentamentos do INCRA, contra o asfaltamento da Rodovia Transamazonica e contra a construção da Hidrovia [sic] de Belo Monte.”
O texto do documento diz que o responsável pelo Ibama em Altamira tinha uma atuação de “quanto pior, melhor” o que impediria a aplicação de políticas públicas e “que não tem sentido depender de apenas uma pessoa”.
Logo após o ofício da governadora, o gerente do Ibama, responsável pela fiscalização ambiental na região, Roberto Scarpari, foi transferido para Marabá. O posto do Ibama em Altamira, cidade na qual o governo pretende construir a mega-hidrelétrica de Belo Monte e que fazia as fiscalizações em Anapu, foi fechado. A fiscalização ambiental em Anapu deixou de ser feita pelo Ibama em Altamira, que fica a 135 quilômetros de distância, para ser feita pela sede em Belém, a mais de 700 quilômetros.
Novas ações de fiscalização não surtiram muito efeito, pois conforme foi relatado na audiência pública, antes mesmo dos fiscais do Ibama chegarem ao município, os caminhões madeireiros suspendiam a extração de madeira, até o fim da operação ambiental.
Já a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, órgão subordinado ao governo do Estado do Pará, sequer chegou a realizar qualquer operação de fiscalização ambiental no município, apesar dos constantes apelos durante todo ano de 2010, ano eleitoral.
Na audiência pública promovida no município na semana passada, o assunto veio novamente à tona a partir da fala da Irmã Jane Dwyer, ligada à Comissão Pastoral da Terra e uma das sucessoras do trabalho de Dorothy Stan junto a camponeses da região da Transamazônica.
Para Jane, nos anos de 2005 a 2008, as atividades do PDS se desenvolviam lentamente, mas sem invasão de madeireiras e sem a venda ilegal de madeira. A coisa teria mudado de rumo nas eleições municipais de 2008, com a eleição da dupla Chiquinho do PT para a prefeitura local, tendo como vice, Délio Fernades, madeireiro e inicialmente citado como um dos envolvidos no assassinato da missionário, acusação ainda não provada.
A tomada da associação do assentamento por um grupo apoiado por madeireiros faria parte deste novo cenário local. Parte dos assentados que se mostravam contra a entrada de madeireiras ilegais no projeto estavam se articulando para a aprovação de um plano de manejo comunitário, sem a presença de madeireiras comerciais. A autonomia dos assentados representaria uma ameaça para os grupos interessados na madeira do assentamento. Irmã Jane apontou neste episódio de mudança na diretoria da associação do assentamento o sinal para a invasão madeireira ao PDS Esperança, resultando no atual conflito no projeto.
Em 2009, mais de 300 trabalhadores rurais se mobilizaram para coibir a extração ilegal de madeira em vários assentamentos da região. Naquele momento, servidores do Ibama, a partir de denuncia da CPT, apreenderam vários caminhões carregados de madeira extraídas de assentamentos. As cargas pertenceriam ao atual vice-prefeito de Anapu, o madeireiro Délio Fernandes
Neste momento, a então governadora Ana Júlia Carepa interviu diretamente no processo, relata Irmã Jane. A interferência de Ana Júlia está comprovada no Ofício do Gabinete da Governadora n° 622/09-GG, documento assinado e enviado para o então Presidente do Ibama, Roberto Messias Franco.
Neste ofício, a que tivemos acesso, a governadora diz que aquele instrumento estava sendo encaminhado como um pleito da “Associação dos Municípios do Consórcio Belo Monte”, que a esta altura já era presidida pelo prefeito de Anapu, Chiquinho do PT. No documento, está escrito que a Chefia do posto do Ibama no município de Altamira agiria “na contra-mão das políticas públicas que o Governo tentar implantar na Região. É contra os assentamentos do INCRA, contra o asfaltamento da Rodovia Transamazonica e contra a construção da Hidrovia [sic] de Belo Monte.”
O texto do documento diz que o responsável pelo Ibama em Altamira tinha uma atuação de “quanto pior, melhor” o que impediria a aplicação de políticas públicas e “que não tem sentido depender de apenas uma pessoa”.
Logo após o ofício da governadora, o gerente do Ibama, responsável pela fiscalização ambiental na região, Roberto Scarpari, foi transferido para Marabá. O posto do Ibama em Altamira, cidade na qual o governo pretende construir a mega-hidrelétrica de Belo Monte e que fazia as fiscalizações em Anapu, foi fechado. A fiscalização ambiental em Anapu deixou de ser feita pelo Ibama em Altamira, que fica a 135 quilômetros de distância, para ser feita pela sede em Belém, a mais de 700 quilômetros.
Novas ações de fiscalização não surtiram muito efeito, pois conforme foi relatado na audiência pública, antes mesmo dos fiscais do Ibama chegarem ao município, os caminhões madeireiros suspendiam a extração de madeira, até o fim da operação ambiental.
Já a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, órgão subordinado ao governo do Estado do Pará, sequer chegou a realizar qualquer operação de fiscalização ambiental no município, apesar dos constantes apelos durante todo ano de 2010, ano eleitoral.
A tomada da associação do assentamento por um grupo apoiado por madeireiros faria parte deste novo cenário local. Parte dos assentados que se mostravam contra a entrada de madeireiras ilegais no projeto estavam se articulando para a aprovação de um plano de manejo comunitário, sem a presença de madeireiras comerciais. A autonomia dos assentados representaria uma ameaça para os grupos interessados na madeira do assentamento. Irmã Jane apontou neste episódio de mudança na diretoria da associação do assentamento o sinal para a invasão madeireira ao PDS Esperança, resultando no atual conflito no projeto.
Em 2009, mais de 300 trabalhadores rurais se mobilizaram para coibir a extração ilegal de madeira em vários assentamentos da região. Naquele momento, servidores do Ibama, a partir de denuncia da CPT, apreenderam vários caminhões carregados de madeira extraídas de assentamentos. As cargas pertenceriam ao atual vice-prefeito de Anapu, o madeireiro Délio Fernandes
Neste momento, a então governadora Ana Júlia Carepa interviu diretamente no processo, relata Irmã Jane. A interferência de Ana Júlia está comprovada no Ofício do Gabinete da Governadora n° 622/09-GG, documento assinado e enviado para o então Presidente do Ibama, Roberto Messias Franco.
Neste ofício, a que tivemos acesso, a governadora diz que aquele instrumento estava sendo encaminhado como um pleito da “Associação dos Municípios do Consórcio Belo Monte”, que a esta altura já era presidida pelo prefeito de Anapu, Chiquinho do PT. No documento, está escrito que a Chefia do posto do Ibama no município de Altamira agiria “na contra-mão das políticas públicas que o Governo tentar implantar na Região. É contra os assentamentos do INCRA, contra o asfaltamento da Rodovia Transamazonica e contra a construção da Hidrovia [sic] de Belo Monte.”
O texto do documento diz que o responsável pelo Ibama em Altamira tinha uma atuação de “quanto pior, melhor” o que impediria a aplicação de políticas públicas e “que não tem sentido depender de apenas uma pessoa”.
Logo após o ofício da governadora, o gerente do Ibama, responsável pela fiscalização ambiental na região, Roberto Scarpari, foi transferido para Marabá. O posto do Ibama em Altamira, cidade na qual o governo pretende construir a mega-hidrelétrica de Belo Monte e que fazia as fiscalizações em Anapu, foi fechado. A fiscalização ambiental em Anapu deixou de ser feita pelo Ibama em Altamira, que fica a 135 quilômetros de distância, para ser feita pela sede em Belém, a mais de 700 quilômetros.
Novas ações de fiscalização não surtiram muito efeito, pois conforme foi relatado na audiência pública, antes mesmo dos fiscais do Ibama chegarem ao município, os caminhões madeireiros suspendiam a extração de madeira, até o fim da operação ambiental.
Já a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, órgão subordinado ao governo do Estado do Pará, sequer chegou a realizar qualquer operação de fiscalização ambiental no município, apesar dos constantes apelos durante todo ano de 2010, ano eleitoral.
Blog do Candido Cunha
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