sexta-feira, 25 de outubro de 2013

FAZENDEIRO É ABSOLVIDO DA MORTE DE LÍDER SINDICAL

A viúva de Dezinho, Maria Joel, e a filha, Joelma, dizem 
que a memória do sindicalista não será perdida
Após doze horas de julgamento, os jurados do 2º. Tribunal do Júri de Belém absolveram Lourival Souza, 78 anos, e seu ex-empregado Domício de Souza Neto, acusados de mandar matar e intermediar a morte do líder sindical José Dutra da Costa, conhecido como Dezinho. Por maioria dos votos, os jurados acolheram a tese de negativa de coautoria, sustentada pelos advogados Antonio Freitas Leite Júnior e Adalberto Benigno. Na acusação atuou o promotor de justiça Franklin Lobato, em conjunto com os assistentesAna Cláudia Lins, Marco Apolo Leão e José Afonso Batista, este último da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Muitos estudantes e cerca de 60 trabalhadores rurais da região de Rondon do Pará vieram em caravana para acompanhar o júri. Eles se deslocaram desde a quarta-feira para assistirem ao julgamento que começou às 08h desta quinta-feira (24), no plenário do Fórum Criminal de Belém, sob a presidência do juiz Raimundo Moisés Alves Flexa. 

Após a leitura da sentença, a viúva do sindicalista, em entrevista à imprensa, afirmou que deverá recorrer, através dos assistentes de acusação, da sentença absolutória. Na frente do prédio, os agricultores foram prestar solidariedade à Maria Joel, viúva do sindicalista. Nas manifestações, a palavra de ordem repetiam que “a luta não acabava ali”. Os agricultores cantaram músicas, repetiam “Dezinho Vive”. Integrantes do Movida também se juntaram aos manifestos de solidariedade e apoio aos companheiros e familiares da vítima

Entenda o caso - Dezinho foi assassinado por disparos de arma de fogo, bem em frente de sua casa, em 21/11/2000, em Rondon do Pará, município localizado na Região da Transamazônia, Sudeste do Estado. O sindicalista baleado procurou segurar o atirador, que ao tentar escapar, ensanguentado, caiu junto da vítima e foi capturado pelos vizinhos e mulher do sindicalista, que o impediram de fugir.

Além do executor e dos dois julgados hoje, mais três foram denunciadas e acusados como coautores do crime, entre eles o fazendeiro e madeireiro da região Décio José Barros Nunes, o Delsão. Ele também responde como mandante da execução. O processo foi desmembrado por se encontrar em grau de recurso. Outros dois, Igoismar Mariano Nunes e Rogério de Oliveira Dias, estão foragidos e têm prisão preventiva decretada pela justiça. 

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