Durante uma operação de verificação de denúncias feitas pelo Disque-Denúncia 181, da Polícia Civil, uma equipe de policiais civis da Seccional Cremação encontrou, na manhã de ontem, em atitudes suspeitas no bairro da Condor, o pistoleiro Rayfran Sales, que foi condenado a 27 anos de reclusão por ter sido o executor da missionária norte-americana Dorothy Stang, morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, na zona rural do município de Anapu.
Rayfran estava encostado em um muro, com chaves de um automóvel nas mãos, quando os policiais passaram, por volta das 10h30, rumo a um endereço onde havia denúncia de tráfico de drogas.
Um dos investigadores achou o suspeito parecido com o pistoleiro e comentou o fato com o delegado Aldo Botelho, que comandava a operação. O delegado mandou que fosse feita a abordagem. Na abordagem, os policiais concluíram de que se tratava mesmo do pistoleiro, assassino da freira. Ele foi revistado e estava desarmado.
De imediato, Rayfran foi conduzido à presença de Botelho, para explicar o que estava fazendo em local de risco, pois parecia que estava espreitando alguma coisa.
Foi quando o delegado indagou sobre as chaves de carro em suas mãos. Rayfran apontou para um automóvel novo e disse que era seu, que o adquirira há oito dias. Disse também que estava esperando um amigo naquele local.
Os policiais fizeram uma ampla revista no carro, atrás de algo ilícito, mas não obtiveram êxito.
Encontraram uma bolsa de mulher, que seria de uma parenta dele, e apenas algumas faixas na mala do veículo, que, segundo ele, eram alusivas às manifestações do dia em que o fazendeiro Bida foi julgado, no mês passado.
O delegado Aldo, acompanhado por equipes de reportagem de emissoras de TV, foi logo crivado de perguntas, assim como Rayfran, sobre como um homem condenado, aparentemente sem recursos, poderia estar usando um carro recém-comprado. Rayfran não quis se manifestar. Disse que nada tinha a declarar e que estava telefonando para seu advogado.
Diante dos fatos, o delegado Aldo determinou que Rayfran fosse levado para a seccional e sua situação fosse examinada, inclusive o porquê de estar em liberdade.
Na seccional, compareceu uma senhora que se disse cunhada do condenado e que apresentou documentos de que o carro era seu e recém-adquirido de um corretor. Depois, compareceu um advogado, levando a conhecimento de Botelho a situação judicial de Rayfran.
Decorridos oito anos de sua prisão, ele está em prisão domiciliar por ordem judicial e possui horários determinados para sair às ruas. Mensalmente tem que comparecer no Fórum da capital para assinar presença na cidade de Belém.
Segundo o delegado, ao ser abordado, Rayfran blefou ao afirmar que o carro era seu.
Diante dos fatos esclarecedores, Botelho decidiu liberar Rayfran, o que ocorreu no começo da tarde de ontem.
(Diário do Pará)
Nenhum comentário:
Postar um comentário