terça-feira, 22 de março de 2011

MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARÁ TEME CONFLITO EM BELO MONTE

Uma usina hidrelétrica no Norte do País, criticada por ambientalistas, com licença parcial do Ibama e processos na Justiça tentando barrá-la. A descrição vale para a usina de Jirau, no rio Madeira (RO), onde trabalhadores se revoltaram no canteiro de obras nos últimos dias e os trabalhos foram paralisados. Mas também vale para a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), cujas primeiras obras foram anunciadas há duas semanas. Para o procurador Felício Pontes Júnior, do Ministério Público Federal do Pará, as semelhanças no processo de implantação das usinas mostram que Belo Monte repete os mesmos erros que levaram aos confrontos em Jirau. Com um agravante: a região de Altamira, que receberá a nova usina, já passa por conflitos agrários graves, como o que levou à morte da missionária Dorothy Stang. Ela foi assassinada há seis anos em Anapu, um dos cinco municípios que serão diretamente afetados por Belo Monte. Quando concluída, a hidrelétrica pode se tornar a terceira maior do mundo. Pontes diz que esses conflitos podem se intensificar com a chegada de migrantes à região em um número "incompatível" com a infraestrutura existente no local. O Ibama estima a migração de 3.000 a 15 mil pessoas nos primeiros oito meses do empreendimento. Nas usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, havia 37 mil trabalhadores morando em alojamentos.

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