Advogado de “Bida”, alega que delegado
de Vitória do Xingu agiu
intencionalmente para prejudicar seu cliente ao declarar à imprensa que um
homem supostamente assassinado, ao cobrar dívida, teria sido enterrado na
propriedade do fazendeiro.
O advogado Arnaldo Lopes de
Paula, defensor de Vitalmiro Bastos de Moura, o “Bida”, envolvido na morte da
missionária Dorothy Stang e com novo julgamento previsto para setembro,
ingressou na corregedoria da Polícia Civil com uma representação contra o delegado
Lindoval Pereira Borges, do município de Vitória do Xingu, alegando que ele
teria agido intencionalmente para prejudicar seu cliente, ao declarar à
imprensa de Belém que um homem supostamente assassinado, ao cobrar dívida por
venda de gado e cavalos, teria sido enterrado na propriedade do fazendeiro.
Lopes acusa o delegado de querer
incriminar “Bida”, às vésperas do quarto julgamento do fazendeiro, fornecendo à
imprensa informações distorcidas e supostamente baseadas em declarações de
Maria Aparecida Lucena Ribeiro, mulher de Lindomiro Rodrigues Ribeiro, a
vítima. De acordo com a polícia, Ribeiro teria ido cobrar o débito no dia 12 de
abril passado e o gerente da fazenda, Paulo Gomes, o matado a tiros. “A fazenda
Paquiçamba, citada pela imprensa, não é de ‘Bida’, mas de Vander Moura, irmão
dele”, diz o advogado.
A própria mulher, conta Lopes,
preocupada com os noticiários que desvirtuam a verdade dos fatos, foi ao
cartório de Xinguara e lavrou uma escritura pública de declaração, afirmando
que, de fato, seu marido desapareceu após ter ido à procura de Paulo Gomes para
cobrar a dívida e que até agora não sabe o paradeiro dele. Maria Aparecida
disse que ao fazer o registro do desaparecimento do marido na delegacia de
Altamira, em nenhum momento acusou “Bida” como responsável.
“Desta feita, não se pode ignorar
o senso de responsabilidade, discrição e cautela que devem nortear as
declarações de uma autoridade policial ao repassar à imprensa qualquer relato
de suas investigações e diligências, até mesmo a fim de, não apenas preservar a
colheita de provas e, por conseguinte, a elucidação de uma ocorrência
supostamente criminosa, mas sobretudo, de evitar imputações indevidas a
inocentes”, afirma o advogado.
A polícia diz que três pessoas
supostamente envolvidas na morte de Lindomiro teriam sido presas. A verdade é
que, segundo o advogado, as prisões ocorreram por desacato e não por suspeita
de homicídio. Tanto que o trio foi solto no dia seguinte.
Lopes pede à corregedoria que
apure a conduta do delegado no caso. Se isso ficar comprovado, o advogado quer
uma retratação. O DIÁRIO tentou contato com a delegacia de Vitória do Xingu,
mas foi informado de que Lindoval não estava na cidade. A corregedoria
confirmou o recebimento da representação contra o delegado.
Diario do Pará
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