Depois de dois anos
do início das obras da usina de Belo Monte, o Programa Integrado de Saúde
Indígena, criado como condicionante para a Licença Ambiental do empreendimento,
não saiu do papel e a concessionária Norte Energia S.A, não contratou empresa
para executar as ações
Dados oficiais do
Distrito de Saúde Especial Indígena de Altamira (DSEI Altamira-PA) demonstram
situação crítica nos índices de mortalidade, desnutrição infantil e diarreia
aguda em crianças indígenas das aldeias afetadas pela usina de Belo Monte. A falta de atendimento nas aldeias fez saltar
em 2000 % o número de atendimentos na cidade, entre 2009 e 2013.
“Tudo não passou de
promessas. A saúde dos índios do Xingu só piorou. A reestruturação do
atendimento à saúde indígena está apenas no papel”, diz o presidente do Conselho
Distrital de Saúde Indígena (CONDIS), Joaquim Curuaia.
Vista aérea da aldeia Trincheira do Bacajá, da etnia Xikrin,
nas
margens do rio Bacajá,um afluente do rio Xingu
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Em 2012, nove em cada
dez crianças indígenas apresentaram diarreia aguda por mais de uma vez. Mais de
14% das crianças até cinco anos que vivem nas 36 aldeias consideradas afetadas
por Belo Monte estão com peso considerado baixo ou muito baixo para sua idade.
“Em 10 dias em campo,
em aldeias na Terra Indígena (TI) Trincheira do Bacajá, da etnia Xikrin, duas
crianças morreram, uma por diarreia e outra com pneumonia. Como pode, em 2013,
crianças indígenas ainda morrerem desta maneira?”, questiona a antropóloga
Thais Mantovaneli, que realiza estudos em uma das quatro Tis atingidas pela
usina.
Fonte:
ISA
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