quarta-feira, 17 de julho de 2013

PESCADORES BLOQUEIAM ACESSO A CANTEIRO DE BELO MONTE

Cerca de 800 pescadores bloquearam a entrada de um dos canteiros de obras de Belo Monte nesta quarta-feira (17). O objetivo é reivindicar compensações para a atividade pesqueira no Xingu, impedida pela construção da hidrelétrica.

Os manifestantes não entraram em Belo Monte, mas bloqueiam a passagem de veículos na Transamazônica. Os trabalhadores da usina conseguiram entrar no canteiro por uma rota alternativa, Um grande congestionamento se formou na rodovia. O bloqueio é feito com pedras e alguns manifestantes construíram barracas para impedir a passagem dos veículos.

Entre as reivindicações está a construção de portos de embarque e desembarque de pescados, indenização pelo tempo de impedimento da pesca e para todos os removidos de suas áreas, garantia de assistência técnica, entre outras. Participam da atividade pescadores dos municípios de Altamira, Vitória do Xingu, Souzel, Porto de Moz e Gurupá. A ação tem apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude, entre outras organizações.

Os pescadores se reuniram com representantes da Norte Energia, antes da ocupação. No entanto, como já é prática da empresa, foram enviados profissionais sem poder de decisão. Diante da enrolação, os pescadores decidiram bloquear o acesso ao canteiro e lá permanecerão até ter uma resposta satisfatória à sua pauta.

“Viemos preparados para passar dias se for necessário”, afirmou Pedro, um dos pescadores, morador de Altamira. No ano passado, os pescadores já chegaram a passar dois meses acampados em uma das áreas do canteiro de obras, no entanto, as negociações não avançaram. A empresa chegou a afirmar que não há impactos significativos sobre a pesca.

Também participam do movimento os trabalhadores de olarias artesanais de Altamira, que terão suas atividades extintas após o alagamento permanente das áreas de argila na cidade. Além disso, muitos pescadores e oleiros são moradores das áreas alagadas de Altamira e estão sendo expulsos de suas casas pela Norte Energia sem uma proposta de reassentamento justa.

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