Assassino da irmã Dorothy cumprirá restante da pena em
prisão domiciliar. Rayfran Sales cumpriu 8 anos da sentença de 27 anos de
condenação.
O advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), José
Batista, nesta quarta-feira (3), comentou a decisão da Justiça do Pará que
determinou que Rayfran das Neves Sales, assassino confesso da missionária
norte-americana Dorothy Stang, assassinada em Anapu, irá cumprir o restante da pena de 27 anos em
regime domiciliar.
"O crime compensa, né? Se a pessoa cumprir cinco anos
de pena, aqui no Pará ninguém vai deixar de receber encomenda de morte. São
altos valores à custa de cinco anos de prisão. Isso é uma vergonha, ele é o
acusado de ser o executor do crime, que é bárbaro, ser o autor da morte de uma
missionária de mais de 70 anos. Aí cumpre pouco mais de cinco anos em regime
fechado e com oito anos fica livre para ficar em casa, tranquilo. Isso é um estímulo
à impunidade!", critica José Batista.
Para a irmã Margarida Pantoja, integrante do Comitê Dorothy
Stang, a sensação de impunidade estimula os jovens a cometer crimes.
"Infelizmente aconteceu isso em 2005. Lutamos para que esse caso não
caísse no esquecimento. A sensação é terrível. Não de não acreditar na Justiça,
mas a lei favorece o criminoso. No Brasil, é fácil matar. Você mata alguém e
daqui a pouco está livre. Nós não perdemos o projeto que ela tocava, mas
perdemos a irmã Dorothy", lamenta.
O advogado da CPT afirma ainda que a impressão é de que a
justiça foi feita está distante do que é decidido nos tribunais. "Passa
para a sociedade, no momento na condenação, que está se fazendo justiça. Mas na
hora da execução, a pena está muito distante do que a pessoa de fato cumpre. A
sociedade não tem essa informação. O júri tem a imagem que ele vai cumprir
tudo, mas de 30 anos para pouco mais de cinco em regime fechado é uma diferença
muito grande", ressalta José.
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