terça-feira, 19 de abril de 2011

DILMA QUER REUNIÃO SOBRE BELO MONTE PARA EVITAR PROBLEMAS TRABALHISTAS

O projeto da usina de Belo Monte é palco de frequentes manifestos, mas o Palácio do Planalto descarta por ora qualquer alteração no empreendimento

presidente Dilma Rousseff irá se reunir nos próximos dias com representantes do governo para estabelecer um cronograma de atuação do poder público no município de Altamira, no Pará, a fim de evitar que a usina hidrelétrica de Belo Monte apresente os mesmos problemas trabalhistas de Jirau, em Rondônia.

"A presidente quer uma reunião para o poder público estar mais presente em Altamira do que esteve em Porto Velho para se antecipar a esse tipo de problema", disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

O projeto da usina de Belo Monte é palco de frequentes manifestos, mas o Palácio do Planalto descarta por ora qualquer alteração no empreendimento. No início do mês a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) chegou a solicitar oficialmente ao governo brasileiro a suspensão imediata das obras do complexo hídrico no Pará sob o argumento de haver um potencial prejuízo dos direitos das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu.

"Estamos trabalhando com um tipo de canteiro de obras em Belo Monte para evitar os problemas de Jirau", explicou Carvalho.

Paralisado por conta da falta de segurança no canteiro de obras, o empreendimento da hidrelétrica de Jirau chegou a ser parado em 15 de março após diversos impasses trabalhistas e depredação de alojamentos.
A concessionária Energia Sustentável do Brasil, representada em reunião com sindicalistas, concordou em oferecer a antecipação de 5% de reajuste salarial já em abril - a data-base é em maio -, a garantia de transporte aéreo para que trabalhadores pudessem passar cinco dias com suas famílias a cada três meses trabalhados, abrir discussão sobre o novo valor da cesta básica, ampliação da ofertas de planos de saúde e debater o fim do ágio para a utilização de cartões de alimentação. 

Ao comentar o caso de Jirau, Gilberto Carvalho minimizou a provável demissão de cerca de 4 mil trabalhadores na obra. Os demissionários fazem parte de um grupo de aproximadamente nove mil pessoas que abandonaram os alojamentos depois dos protestos de março. "A demissão, se bem feita e combinada com os sindicatos, não têm problema, porque tem muita gente que não quer voltar para Jirau. Saiu perfeito [como a presidente Dilma esperava]", disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário