Fiscais do Ibama ocupam desde a última quinta-feira, três fazendas que criavam gado em áreas desmatadas e embargadas no sudeste e sudoeste do Pará.
A ação faz parte da operação Disparada, que combate a pecuária ilegal em cinco regiões da Amazônia Legal localizadas no Pará, Mato Grosso e Amazonas. Na frente paraense, até o momento, cerca de 1,6 mil cabeças de gado foram apreendidas em Cumaru do Norte (500 bois), São Félix do Xingu (200) e Altamira (900).
Em toda a Amazônia, o número chega a 4,5 mil animais. O gado flagrado nas áreas ilegais será doado ao Programa Fome Zero, do Ministério do Desenvolvimento Social.
“A operação quer mostrar ao produtor rural que não se admite mais a pecuária em área desmatada ilegalmente, quem não respeitar os embargos e não se adequar está sob o risco de ter o rebanho apreendido”, diz o chefe da Divisão de Fiscalização do Ibama no Pará, Paulo Maués.
Além de perder o gado, os proprietários que descumpriram os embargos serão multados em R$5 mil por cada hectare onde impediram, com o pastoreio, a regeneração da floresta e entre R$10 mil e R$1 milhão pelo não atendimento à notificação para a retirada dos animais da área proibida.
Os fiscais chegaram de helicóptero a uma propriedade multada em R$1,6 milhão, em 2006, por ter derrubado mais de mil hectares de floresta, em Cumaru do Norte, a 170 km de Redenção.
A atividade pecuária estava proibida na área, mas o fazendeiro não respeitou o embargo. Para apreender os cerca de 500 animais flagrados pastando no local, o Ibama usou até cavalos.
O responsável pela infração foi multado em R$5,3 milhões, por impedir a regeneração da floresta, e em R$200 mil, por não atender a notificação do Ibama para a saída dos animais.
Mais 200 cabeças de gado foram flagradas sendo criadas em uma área embargada de 343 hectares, desde 2010, em São Félix do Xingu. O responsável foi multado em R$1,7 milhão por impedir a regeneração da floresta.
Cerca de 900 animais foram apreendidos em outra fazenda, com 1,3 mil hectares de área com atividade pecuária proibida, em Altamira.
O proprietário foi multado em cerca de R$7 milhões, por não permitir a recuperação do meio ambiente, e em R$ 500 mil, por não atender a notificação para retirar o gado da área.
A operação Disparada não tem prazo para terminar. Novas propriedades serão vistoriadas e poderá haver mais gado aprendido no Pará.
A duração da operação dependerá da disposição dos infratores de retirar os rebanhos das demais áreas desmatadas ilegalmente e cujos embargos não estão sendo respeitados no estado.
Atualmente, o cadastro de áreas embargadas do Ibama registra mil propriedades embargadas no Pará e cinco mil em toda a Amazônia Legal. (Ascom Ibama)
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