Três peritos da Polícia Federal periciam, nesta sexta-feira (2), os prédios das secretarias de saúde e obras do município de Vitória do Xingu, no sudeste paraense. A perícia faz parte do inquérito que apura fraudes em licitações e desvio de verbas de cerca de 5 milhões de reais da Prefeitura do município. O Prefeito Liberalino Ribeiro de Almeida Neto, e a secretária de Saúde, Roseli Aparecida de Almeida Braga, foram presos na semana passada, acusados das fraudes. Ao todo dez pessoas foram presas em todo País, durante a operação Padilha, da Polícia Federal.
A perícia tem como objetivo averiguar denúncias de armazenamento de merenda escolar e medicamentos com a validade vencida nessas secretarias. Os peritos também vão avaliar documentos de contratos e convênios com empresas prestadoras de serviço ao órgão municipal, apreendidos no dia das prisões.
Operação- As prisões foram parte da operação 'Padilha', que combateu o desvio de recursos públicos federais em todo o País e que cumpriu 10 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão. No Pará três pessoas foram presas, sendo o Prefeito e dois secretários de Vitória do Xingu. A ação aconteceu no dia 25 de agosto.
Também foram presos o pai de Liberalino, Danilo Damaso de Almeida, em Alagoas, e o secretário de Finanças do município, Heltton Vagner Clisardo, em Vitória do Xingu. Todos foram encaminhados à Superintendencia do Sistema Penal (Susipe) e posteriormente encaminhados a penitenciárias. Roseli Braga está no Centro de Recuperação Feminina (CRF).
No Pará, a operação teve foco na conduta de Liberalino, que administrava uma dos municípios sob influência da Hidrelétrica de Belo Monte e é acusado de participar de um esquema que desviou recursos públicos na ordem de R$ 18 milhões. As investigações começaram em agosto do ano passado, quando recaiu sobre Liberalino a suspeita de desvio de verbas públicas federais e estaduais.
Foi descoberta a existência de uma quadrilha de ampla complexidade, que praticava crimes como fraudes em processos licitatórios mediante a utilização de 'laranjas'; concessão de privilégios a empresas e pessoas ligadas ao esquema criminoso, como fornecimento de empregos e cargos públicos; utilização de bens públicos (maquinários da prefeitura) para fins particulares; superfaturamento de obras públicas; fraudes na contratação de empresas prestadoras de serviços e outros crimes.
Todas as ações, segundo a PF, eram feitas com o conhecimento e a orientação de Liberalino Neto, que contava com o apoio intelectual do próprio pai. Os outros presos participavam porque ora ocupavam cargos públicos na Prefeitura de Vitória do Xingu, ora figuravam como sócios fictícios de empresas 'laranjas', que concorriam e venciam as licitações de serviços - que quase nunca eram realizados, ou se eram, se utilizavam de verba pública.
ORM
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