Em dia histórico para o jornalismo brasileiro, profissionais do jornal Diário do Pará e do Portal Diário Online (DOL), veículos que fazem parte do Grupo Rede Brasil Amazônia de Comunicação (RBA), entraram em greve nesta sexta-feira, 20, por tempo indeterminado.
Os jornalistas reivindicam o estabelecimento de um piso salarial mais justo, a implantação de plano de cargos, carreira e remuneração e pagamento de hora-extra, entre outros direitos.
A paralisação foi aprovada pela categoria em assembléia promovida pelo Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA), no dia 14 de setembro. A decisão foi tomada devido à intransigência da diretoria da empresa, que se nega a negociar efetivamente a pauta de reivindicações dos trabalhadores.
De acordo com informações dos funcionários, o Grupo RBA paga apenas R$ 1.000 brutos para repórteres, um dos salários mais baixos da categoria no Pará. Com descontos, a remuneração chega a R$800. Os jornalistas também denunciaram que precisam revezar computadores porque não há equipamentos suficientes na redação.
Precarização do trabalho e demissões: Jornalistas em todo o país encaram problemas de precarização no trabalho. Atrasos de salários, uso abusivo de estagiários, contratação sem carteira assinada, jornadas de trabalho excessivas, acumulo de funções, desrespeito à legislação trabalhista e assédio moral são alguns dos problemas enfrentados pelos profissionais. A este cenário também se soma as demissões em massa.
Neste ano, veículos como Estado de S. Paulo, Valor Econômico, Folha de S. Paulo, Brasil Econômico e Caros Amigos demitiram vários jornalistas. Segundo a Agência Pública, somente em São Paulo foram 280 demissões de janeiro a abril deste ano, 37,9% a mais que no mesmo período de 2012, quando foram contabilizadas 203 dispensas.
As sucursais do Distrito Federal também foram atingidas pelos cortes. O Estadão, por exemplo, demitiu cinco profissionais, entre eles muitos com vasta experiência e prestígio. A diretoria do SJPDF atuou junto ao processo movido na Justiça do Trabalho em São Paulo para garantir indenização aos profissionais. Com a negativa do Tribunal Regional do Trabalho paulista, ingressou com ação semelhante na Justiça do Trabalho do DF.
As dispensas também chegaram às redações da Folha de S. Paulo e do Valor Econômico. No dia 1o de abril, o premiado fotógrafo e então coordenador de fotografia da Folha, Lula Marques, comemorou 26 anos na publicação. No fim do dia foi avisado de que não precisaria mais voltar.
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