Silvana Maria da Silva, de 31 anos, aparentemente é uma mulher comum: cabelos negros, estatura mediana, pele branca. Mas, somente na parte física. Ela é de Monte Negro (a 230 quilômetros de Porto Velho) e há mais de cinco anos dirige veículos pesados. Começou a se destacar no canteiro da Usina de Jirau, a 130 quilômetros da capital de Rondônia. Por isso, foi convidada para atuar em uma das maiores obras do mundo, a Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, em Altamira.
No mês de novembro do ano passado, arrumou as malas e seguiu rumo ao desafio de trabalhar longe de casa e da família. “Eu trabalhava há quase um ano na empresa MT Sul que prestava serviços para a hidrelétrica de Jirau como terceirizada. Então, em novembro, recebi o convite para vir para Belo Monte. Com o salário bom, não pensei duas vezes. Ruim só é ficar longe da família, amigos e da minha filha de 12 anos, mas é assim mesmo”, diz Silvana, que a cada três meses tem direito a passar uma semana em casa, por meio da chamada “baixada”, que é um direito dos trabalhadores empregados em grandes obras longe dos seus estados de origem.
A paixão pelas máquinas despertou logo cedo. Aos 12 anos, começou a dirigir os jericos montados pelo pai. Depois, quando tomou gosto, passou para o caminhão. Daí, foi só esperar alguns anos para chegar a carteira D, que dá direito a dirigir caminhões e ônibus. “Escolhi essa profissão pelas oportunidades e bons salários. Mas também digo com toda a certeza que amo meu trabalho. Amo dirigir”, confessa ela.
Solteira, simpática e com uma beleza comum às mulheres do interior de Rondônia, Silvana chama a atenção no canteiro de obras e no setor onde trabalha. Apesar de ficar cercada por outros 159 motoristas homens e ser a única mulher a operar caminhões articulados, ela diz que é tratada com muito respeito.
“Fazem muitas brincadeiras comigo, algumas cantadas e elogios, mas todos me respeitam. No nosso setor, são mais de 300 pessoas, incluindo outras mulheres, mas é um clima bacana e somos tratadas de igual para igual. Não há preconceito por ser mulher. Ainda bem”. A motorista classifica o clima no trabalho como tranquilo, apesar dos constantes protestos dos indígenas no entorno da Usina de Belo Monte que às vezes, paralisam os trabalhos no canteiro de obras. “Quando trabalhei em Jirau, não tive problemas, não peguei grandes protestos e greves. Aqui não está sendo diferente. Há muita tranquilidade para fazer o trabalho, mas as manifestações são normais”, encerrou ela.
Fonte: Rondônia Vip
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