O Ministério Público do Estado do Pará (MPE) deve ouvir na próxima terça-feira (10), familiares de um paciente hemofílico que morreu na semana passada, em Altamira, no sudoeste do Pará. A família alega que houve demora do Hemopa para providenciar um medicamento ao paciente que apresentava um quadro grave de hemorragia.
O agricultor Francisco Batista, de 28 anos, morreu na semana passada no Hospital Regional da Transamazônica. Ele tinha hemofilia, uma doença congênita grave, que provoca hemorragias. Segundo a família, Francisco precisava de um medicamento chamado "Fator VIII", que teria faltado na unidade do Hemopa no município.
A mãe do paciente afirma que houve demora em levar o medicamento de Belém até Altamira. Ela conta que ele precisou do medicamento no domingo, dia 1º, pela manhã. “Ele correu pro Hemopa, tomou 1000 ml de Fator, mas infelizmente não melhorou. A tarde ele voltou novamente, mas não tinha mais o Fator”, conta Diana Ribeiro Batista.
De acordo com Diana, o Fator só chegou em Altamira na quarta-feira (4), às 20h30, no aeroporto. “Às 21h a minha sobrinha entregou na sala de transfusão do Regional e 21h40 eles desceram para avisar que meu filho tinha ido a óbito”, relata ainda a mãe do paciente.
A diretoria do Hemopa em Altamira disse que o Fator VIII é fornecido exclusivamente pelo SUS e estava em falta no município. Mas o órgão garantiu que um medicamento com o mesmo efeito, chamado "Feiba", teria sido aplicado no paciente. De acordo com o hemocentro, o envio do Fator VIII de Belém para Altamira teria sido feito com agilidade.
A família de Francisco ainda recorreu ao MPE para tentar agilizar o envio do medicamento Fator VIII de Belém para Altamira. Tanto o Hemopa quanto o Hospital Regional foram notificados e apresentaram resposta ao ofício do promotor alegando que a medicação necessária havia sido ministrada ao paciente. Mas, o MPE na cidade pretende ouvir os familiares para saber as circunstancias da morte de Francisco.
G1/Pará
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