Membros de movimentos sociais, moradores de Anapú, estudantes de direito e membros da sociedade civil chegaram cedo nesta quinta-feira (19) ao Fórum Criminal em Belém para acompanhar o quarto julgamento de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato da americana Dorothy Stang, no ano de 2005, em Anapu. A missionária de 73 anos trabalhava em projetos de desenvolvimento sustentável junto a comunidades do Pará.
Vitalmiro é acusado pelo Ministério Público de ter prometido R$ 50 mil, através de Amair Feijoli, o Tato, para que Dorothy Stang fosse executada. De acordo com a defesa do fazendeiro, não existem provas suficientes para afirmar que Bida foi o mandante do crime.
Estudantes de direito foram até o Fórum Criminal para acompanhar o julgamento. Nas faculdades, o caso é objeto de estudo dos acadêmicos. “Esta é a primeira vez que eu venho para um julgamento. O professor orientou que nós assistíssemos. Ele disse que é muita emoção escutar a defesa, a acusação. Acrescenta muito tecnicamente, é a prática da teoria”, afirmou a estudante Sara Andrade, 22 anos, estudante de direito.
Além do Comitê Dorothy, moradores do município de Anapu e o irmão de Dorothy, David Stang, representantes da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos, do Movimento Pro Vida, da Conferência de religiosos do Brasil, da Conferência Nacional de Bispos do Brasil, e outros movimentos religiosos acamparam na praça em frente ao fórum para pedir a condenação de Bida, que já foi considerado culpado em outros dois julgamentos.
O grupo levou cartazes e faixas que lembravam o trabalho da missionária e pediam a condenação do fazendeiro. Junto com os cartazes, foram expostos frutos da área onde a missionária foi morta e lutava pela terra, no lote 55 do PDS Esperança. Atualmente, famílias moram no local e estão produzindo frutos como cacau e até chocolate.
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