quarta-feira, 17 de agosto de 2011

OBRAS AVANÇAM E PRESSÃO CONTRA USINA DE BELO MONTE AUMENTA

Canteiro de obras da usina Belo Monte em Altamira
Considerada uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a menina dos olhos da presidenta Dilma Rousseff, a construção da usina Hidrelétrica de Belo Monte segue enfrentando resistência de parte da população brasileira. O próximo sábado (20) será marcado por atividades contra o projeto em todo o Brasil. No dia 22, devem ocorrer atos de solidaridade em diversos países, em frente a embaixadas e consulados brasileiros. Especialistas em meio ambiente e direitos humanos denunciam os impactos socioambientais e criticam o não cumprimento, pelo governo federal, da recomendação da Organização dos Estados Americanos (OEA) para interromper a obra.

Para a presidenta Dilma Rousseff, o empreendimento “é fundamental para o desenvolvimento do país” e “não vai atingir nenhuma das dez terras indígenas da área”, segundo escreveu recentemente em colunas para jornais. Já os movimentos sociais contrários à construção alertam que a barragem vai secar trechos do rio Xingu importantes para indígenas e populações ribeirinhas. Estima-se que a barragem vai atrair mais de 100 mil pessoas para a região, dobrando o tamanho de Altamira (PA). A usina aumentaria a renda do município, mas teria impactos sociais e ambientais graves. Segundo o consórcio Norte Energia, Belo Monte vai deslocar algumas centenas de moradores ligados à agricultura e cerca de duas mil famílias de Altamira.

Treze países e oito capitais brasileiras terão atos contra Belo Monte
 
Ativistas de treze países confirmaram protestos para esse sábado (20) em uma grande manifestação mundial contra a construção da usina hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu, No Pará. No Brasil, há manifestações confirmadas em oito capitais brasileiras para o mesmo dia. Este é o primeiro ato organizado mundialmente contra Belo Monte. O objetivo é chamar a atenção dos governos e da sociedade mundial para os impactos que serão causados pela hidrelétrica, que alagará 500 quilômetros quadrados de área da floresta amazônica. As manifestações também pedem respeito à vida das etnias indígenas que vivem em torno do Rio Xingu e que serão duramente afetadas no seu modo de vida pela construção.Protestos estão confirmados na Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos,França, Portugal, México, Inglaterra, Holanda, Escócia, Taiwan, Turquia e País de Gales. 
 
No Brasil, haverá manifestações em Brasília, Belém, Fortaleza, João Pessoa, Salvador, São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. A construção dos atos é descentralizada e parte da iniciativa individual de ativistas, conforme explica um dos organizadores da manifestação de São Paulo, Marco Antonio Morgado, integrante do Movimento Brasil pela Vida nas Florestas. “O movimento surgiu de iniciativas voluntárias no Brasil nesses países. Por isso, são vários organizadores. Só nos Estados Unidos, quatro cidades terão atos (Nova Iorque, São Francisco, Washington e Salt Lake City). Queremos mostrar que somos contra a construção de uma usina que vai favorecer o lucro de algumas empresas em detrimento da justiça social e da qualidade ambiental e ecológica”, destaca o ativista.
 

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