quarta-feira, 10 de julho de 2013

ADVOGADO DE “BIDA” PEDE UMA RETRATAÇÃO

Advogado de “Bida”, alega que delegado  de Vitória do Xingu agiu intencionalmente para prejudicar seu cliente ao declarar à imprensa que um homem supostamente assassinado, ao cobrar dívida, teria sido enterrado na propriedade do fazendeiro.

O advogado Arnaldo Lopes de Paula, defensor de Vitalmiro Bastos de Moura, o “Bida”, envolvido na morte da missionária Dorothy Stang e com novo julgamento previsto para setembro, ingressou na corregedoria da Polícia Civil com uma representação contra o delegado Lindoval Pereira Borges, do município de Vitória do Xingu, alegando que ele teria agido intencionalmente para prejudicar seu cliente, ao declarar à imprensa de Belém que um homem supostamente assassinado, ao cobrar dívida por venda de gado e cavalos, teria sido enterrado na propriedade do fazendeiro.

Lopes acusa o delegado de querer incriminar “Bida”, às vésperas do quarto julgamento do fazendeiro, fornecendo à imprensa informações distorcidas e supostamente baseadas em declarações de Maria Aparecida Lucena Ribeiro, mulher de Lindomiro Rodrigues Ribeiro, a vítima. De acordo com a polícia, Ribeiro teria ido cobrar o débito no dia 12 de abril passado e o gerente da fazenda, Paulo Gomes, o matado a tiros. “A fazenda Paquiçamba, citada pela imprensa, não é de ‘Bida’, mas de Vander Moura, irmão dele”, diz o advogado.

A própria mulher, conta Lopes, preocupada com os noticiários que desvirtuam a verdade dos fatos, foi ao cartório de Xinguara e lavrou uma escritura pública de declaração, afirmando que, de fato, seu marido desapareceu após ter ido à procura de Paulo Gomes para cobrar a dívida e que até agora não sabe o paradeiro dele. Maria Aparecida disse que ao fazer o registro do desaparecimento do marido na delegacia de Altamira, em nenhum momento acusou “Bida” como responsável.

“Desta feita, não se pode ignorar o senso de responsabilidade, discrição e cautela que devem nortear as declarações de uma autoridade policial ao repassar à imprensa qualquer relato de suas investigações e diligências, até mesmo a fim de, não apenas preservar a colheita de provas e, por conseguinte, a elucidação de uma ocorrência supostamente criminosa, mas sobretudo, de evitar imputações indevidas a inocentes”, afirma o advogado.

A polícia diz que três pessoas supostamente envolvidas na morte de Lindomiro teriam sido presas. A verdade é que, segundo o advogado, as prisões ocorreram por desacato e não por suspeita de homicídio. Tanto que o trio foi solto no dia seguinte.
Lopes pede à corregedoria que apure a conduta do delegado no caso. Se isso ficar comprovado, o advogado quer uma retratação. O DIÁRIO tentou contato com a delegacia de Vitória do Xingu, mas foi informado de que Lindoval não estava na cidade. A corregedoria confirmou o recebimento da representação contra o delegado.

Diario do Pará

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