domingo, 14 de julho de 2013

ALDEIAS ATINGIDAS POR BELO MONTE ATENDIMENTO À SAÚDE CONTINUA PRECÁRIO

Depois de dois anos do início das obras da usina de Belo Monte, o Programa Integrado de Saúde Indígena, criado como condicionante para a Licença Ambiental do empreendimento, não saiu do papel e a concessionária Norte Energia S.A, não contratou empresa para executar as ações

Dados oficiais do Distrito de Saúde Especial Indígena de Altamira (DSEI Altamira-PA) demonstram situação crítica nos índices de mortalidade, desnutrição infantil e diarreia aguda em crianças indígenas das aldeias afetadas pela usina de Belo Monte.  A falta de atendimento nas aldeias fez saltar em 2000 % o número de atendimentos na cidade, entre 2009 e 2013.

“Tudo não passou de promessas. A saúde dos índios do Xingu só piorou. A reestruturação do atendimento à saúde indígena está apenas no papel”, diz o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDIS), Joaquim Curuaia.

Vista aérea da aldeia Trincheira do Bacajá, da etnia Xikrin,  
nas margens do rio Bacajá,um afluente do rio Xingu 
Em 2010, a saúde dos indígenas do Xingu já era alarmante, se comparada à realidade brasileira e a taxa de mortalidade infantil era de 83 por mil nascidos vivos, quatro vezes maior que a média nacional.
Em 2012, nove em cada dez crianças indígenas apresentaram diarreia aguda por mais de uma vez. Mais de 14% das crianças até cinco anos que vivem nas 36 aldeias consideradas afetadas por Belo Monte estão com peso considerado baixo ou muito baixo para sua idade.

“Em 10 dias em campo, em aldeias na Terra Indígena (TI) Trincheira do Bacajá, da etnia Xikrin, duas crianças morreram, uma por diarreia e outra com pneumonia. Como pode, em 2013, crianças indígenas ainda morrerem desta maneira?”, questiona a antropóloga Thais Mantovaneli, que realiza estudos em uma das quatro Tis atingidas pela usina.

Fonte: ISA 

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