O líder do PDT na Câmara, deputado Giovanni Queiroz, deixou Brasília no início da semana para fazer campanha pela criação de Carajás e Tapajós.
Autor de um decreto legislativo apresentado há quase vinte anos pela divisão do Pará, ele afirma que o estado só sairá do fundo do poço se a população paraense aprovar amanhã, em plebiscito, a criação dos novos estados.
- Para sairmos do fundo do poço, temos que criar os estados. É a única forma de angariar recursos financeiros para alavancar o nosso desenvolvimento e atender as nossas demandas – defendeu.
Em conversa com o Poder Online, o deputado que trabalha com possibilidade de governar o futuro estado de Carajás, diz que os novos estados nasceriam com extraordinária capacidade de investimento e que há exemplos no mundo todo de que a “descentralização, a reorganização geopolítica, é fundamental para ter êxito na gestão”.
Poder Online – Por que o senhor é a favor da divisão?
Giovanni Queiroz - Porque esse é o único projeto de desenvolvimento para o estado do Pará e para a Amazônia. O mais importante projeto. Hoje, a capacidade de investimento do Pará é zero. O governador não teve capacidade de pagar o piso salarial nacional do professor, que é R$ 1188,00. Aqui no Pará está se pagando R$ 1122,00. E o governador ganhou a causa na Justiça porque provou que não tem dinheiro para os R$ 66,00 que faltam. Os nossos hospitais estão superlotados e os médicos não recebem desde outubro. O estado do Pará chegou no fundo do poço em termos de capacidade de investimento. E, logicamente, isso atrapalha a gestão: sem dinheiro, não se tem bom gestor. Para sairmos do fundo do poço, temos que criar os estados. É a única forma de angariar recursos financeiros para alavancar o nosso desenvolvimento e atender essas demandas de educação, de saúde.
Poder Online – Qual é a garantia que os eleitores têm que depois da criação dos novos estados será diferente?
Giovanni Queiroz – Há o exemplo dado pelo mundo todo na sua organização geopolítica, descentralizando a gestão e colocando o cidadão próximo do gestor e o gestor, por sua vez, logicamente, próximo do cidadão. Para facilitar o atendimento das demandas e a participação do cidadão na fiscalização. O mundo já exemplificou para o Brasil que a descentralização, a reorganização geopolítica, é fundamental para ter êxito na gestão.
Poder Online – E no Brasil?
Giovanni Queiroz – Temos aqui dois laboratórios a céu aberto: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, há 33 anos; e Goiás e Tocantins, há 22 anos. Todos os dois exitosos, extremamente exitosos. A ponto de terem um crescimento do PIB 250% superior ao crescimento médio do PIB nacional. Quando se fala em infraestrutura, havia apenas 110 quilômetros de rodovias pavimentadas no Tocantins quando ele foi criado. Hoje são 6 mil quilômetros. Se olharmos para a questão do saneamento, o Tocantins tinha apenas 5% de água encanada. Hoje 97,5% das residências urbanas no Tocantins têm água encanada e potável, o que é mais importante. Você pode abrir a torneira e beber água. Na área da educação foi provocada uma revolução. Eles têm cinco faculdades de Medicina. O Pará todo só tem quatro. E nós, no Carajás, não temos nenhuma. O desenvolvimento do Tocantins, seja na área econômico, social, educacional, estruturante, foi tão grande, tão exitoso, que causa inveja às outras regiões, que estão convivendo com o atraso.
Poder Online – Um dos argumentos dos que estão contra a divisão é que os novos estados implicariam gastos extras.
Giovanni Queiroz - Contra fatos não há argumentos. É assim que está o pessoal do não aqui. Eles estão dizendo não e não e sem dizer o motivo. E se ganhar o não, o que acontece no dia seguinte? Nada. O Pará continuará desse mesmo jeito. E mais: alguns dados sobre o Pará nos assustam. O Pará tem um dos piores índices educacionais do Brasil. Das 100 cidades mais violentas do país, 17 delas estão no Pará. Sendo 12 delas em Carajás. Marabá, que é a cidade mais importante do Carajás, é a quarta cidade mais violenta do país. E isso ocorre por causa da ausência de Estado. Da ausência de governo.
Poder Online – Se a proposta de divisão do Pará for aprovada, Carajás e Tapajós serão totalmente dependentes do governo federal?
Giovanni Queiroz - Os estados nasceriam com capacidade de investimento na ordem de 30%, 40% de seus orçamentos. Para exemplificarmos, o orçamento consolidado do Tocantins em 2010 foi de R$ 5 bilhões. Sendo que 20% da receita ficaram para investimento. O estado do Tocantins foi criado numa condição de miséria absoluta e o governo federal não repassou nos cinco primeiros anos nenhum centavo. Foi repassado R$ 500 milhões cinco anos depois de o estado nascer, em termos de transferências voluntárias. O Tocantins, que estava na miséria absoluta por 22 anos, se transforma num estado com crescimento rápido. E não dependeu de nenhum centavo do governo para montar sua estrutura.
Poder Online – Se o “sim” ganhar, quando será a eleição para os governos dos estados de Carajás e Tapajós?
Giovanni Queiroz - Inicialmente pensávamos na possibilidade de esperar três anos para fazer a eleição de governador junto com as eleições de 2014. No entanto, se o “sim” ganhar, achamos que é melhor fazer já a eleição no ano que vem, com um mandato tampão de dois anos. Porque diminui esse sofrimento. O estado não tem capacidade de gestão.
Poder Online – O senhor é candidato a governador de Carajás?
Giovanni Queiroz - Eu quero primeiro criar o estado. Depois eu até discuto isso com você.
Autor de um decreto legislativo apresentado há quase vinte anos pela divisão do Pará, ele afirma que o estado só sairá do fundo do poço se a população paraense aprovar amanhã, em plebiscito, a criação dos novos estados.
- Para sairmos do fundo do poço, temos que criar os estados. É a única forma de angariar recursos financeiros para alavancar o nosso desenvolvimento e atender as nossas demandas – defendeu.
Em conversa com o Poder Online, o deputado que trabalha com possibilidade de governar o futuro estado de Carajás, diz que os novos estados nasceriam com extraordinária capacidade de investimento e que há exemplos no mundo todo de que a “descentralização, a reorganização geopolítica, é fundamental para ter êxito na gestão”.
Poder Online – Por que o senhor é a favor da divisão?
Giovanni Queiroz - Porque esse é o único projeto de desenvolvimento para o estado do Pará e para a Amazônia. O mais importante projeto. Hoje, a capacidade de investimento do Pará é zero. O governador não teve capacidade de pagar o piso salarial nacional do professor, que é R$ 1188,00. Aqui no Pará está se pagando R$ 1122,00. E o governador ganhou a causa na Justiça porque provou que não tem dinheiro para os R$ 66,00 que faltam. Os nossos hospitais estão superlotados e os médicos não recebem desde outubro. O estado do Pará chegou no fundo do poço em termos de capacidade de investimento. E, logicamente, isso atrapalha a gestão: sem dinheiro, não se tem bom gestor. Para sairmos do fundo do poço, temos que criar os estados. É a única forma de angariar recursos financeiros para alavancar o nosso desenvolvimento e atender essas demandas de educação, de saúde.
Poder Online – Qual é a garantia que os eleitores têm que depois da criação dos novos estados será diferente?
Giovanni Queiroz – Há o exemplo dado pelo mundo todo na sua organização geopolítica, descentralizando a gestão e colocando o cidadão próximo do gestor e o gestor, por sua vez, logicamente, próximo do cidadão. Para facilitar o atendimento das demandas e a participação do cidadão na fiscalização. O mundo já exemplificou para o Brasil que a descentralização, a reorganização geopolítica, é fundamental para ter êxito na gestão.
Poder Online – E no Brasil?
Giovanni Queiroz – Temos aqui dois laboratórios a céu aberto: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, há 33 anos; e Goiás e Tocantins, há 22 anos. Todos os dois exitosos, extremamente exitosos. A ponto de terem um crescimento do PIB 250% superior ao crescimento médio do PIB nacional. Quando se fala em infraestrutura, havia apenas 110 quilômetros de rodovias pavimentadas no Tocantins quando ele foi criado. Hoje são 6 mil quilômetros. Se olharmos para a questão do saneamento, o Tocantins tinha apenas 5% de água encanada. Hoje 97,5% das residências urbanas no Tocantins têm água encanada e potável, o que é mais importante. Você pode abrir a torneira e beber água. Na área da educação foi provocada uma revolução. Eles têm cinco faculdades de Medicina. O Pará todo só tem quatro. E nós, no Carajás, não temos nenhuma. O desenvolvimento do Tocantins, seja na área econômico, social, educacional, estruturante, foi tão grande, tão exitoso, que causa inveja às outras regiões, que estão convivendo com o atraso.
Poder Online – Um dos argumentos dos que estão contra a divisão é que os novos estados implicariam gastos extras.
Giovanni Queiroz - Contra fatos não há argumentos. É assim que está o pessoal do não aqui. Eles estão dizendo não e não e sem dizer o motivo. E se ganhar o não, o que acontece no dia seguinte? Nada. O Pará continuará desse mesmo jeito. E mais: alguns dados sobre o Pará nos assustam. O Pará tem um dos piores índices educacionais do Brasil. Das 100 cidades mais violentas do país, 17 delas estão no Pará. Sendo 12 delas em Carajás. Marabá, que é a cidade mais importante do Carajás, é a quarta cidade mais violenta do país. E isso ocorre por causa da ausência de Estado. Da ausência de governo.
Poder Online – Se a proposta de divisão do Pará for aprovada, Carajás e Tapajós serão totalmente dependentes do governo federal?
Giovanni Queiroz - Os estados nasceriam com capacidade de investimento na ordem de 30%, 40% de seus orçamentos. Para exemplificarmos, o orçamento consolidado do Tocantins em 2010 foi de R$ 5 bilhões. Sendo que 20% da receita ficaram para investimento. O estado do Tocantins foi criado numa condição de miséria absoluta e o governo federal não repassou nos cinco primeiros anos nenhum centavo. Foi repassado R$ 500 milhões cinco anos depois de o estado nascer, em termos de transferências voluntárias. O Tocantins, que estava na miséria absoluta por 22 anos, se transforma num estado com crescimento rápido. E não dependeu de nenhum centavo do governo para montar sua estrutura.
Poder Online – Se o “sim” ganhar, quando será a eleição para os governos dos estados de Carajás e Tapajós?
Giovanni Queiroz - Inicialmente pensávamos na possibilidade de esperar três anos para fazer a eleição de governador junto com as eleições de 2014. No entanto, se o “sim” ganhar, achamos que é melhor fazer já a eleição no ano que vem, com um mandato tampão de dois anos. Porque diminui esse sofrimento. O estado não tem capacidade de gestão.
Poder Online – O senhor é candidato a governador de Carajás?
Giovanni Queiroz - Eu quero primeiro criar o estado. Depois eu até discuto isso com você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário