sexta-feira, 18 de maio de 2012

EXTRATIVISTAS REIVINDICAM PLANO DE PROTEÇÃO PARA A RESERVA DO XINGU

O líder Herculano Costa e Silva anuncia que uma comitiva irá a Brasília
Moradores cobram inclusão do local como área afetada nos estudos de impacto de Belo Monte e elaboração de uma estratégia de proteção para o seu território e atendimento à saúde e educação

Há dois anos, moradores da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Xingu solicitam a inclusão do local como área atingida pela construção da barragem de Belo Monte, no Rio Xingu (PA) e a elaboração de um plano de proteção para o território que sofre ameaças de grileiros, madeireiros e dos barcos com gelo usados para conservar peixes. Os principais focos de pressão são no norte da Resex, pelo Parque Nacional da Serra do Pardo e pelo Rio Xingu a partir de Altamira e São Félix do Xingu. As reivindicações voltaram à pauta dos extrativistas na última reunião do conselho da Resex do Xingu, realizada no final de abril.

Apesar de estar dentro da área de influência da barragem, a Resex sequer foi incluída pela Norte Energia – empresa responsável pela construção da hidrelétrica – como área afetada. Não consta no Plano Básico Ambiental (PBA) e não tem condicionantes a serem cumpridas pelo impacto da hidrelétrica no local, diferentemente do que acontece com as Terras Indígenas vizinhas, que compartilham o mesmo rio.
Reunião do Conselho da Resex
Desde 2010, o conselho da Resex recomenda uma revisão nos estudos de impacto, mas até agora não obteve resposta. Para cobrar uma solução, uma comissão preparada pelos moradores e instituições que trabalham no local irá a Brasília nos próximos meses cobrar do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério Público Federal e Ibama uma resposta à demanda. A comitiva também irá tratar de questões relacionadas à saúde e à educação. “Não dá mais para ficar sem um atendimento adequado para a saúde e educação nas Resex. Temos o direito de ter escola e um posto de saúde. Vamos ter que ir para Brasília olhar no olho das autoridades e ver porque não estamos sendo atendidos”, diz Herculano Costa e Silva, liderança da Resex do Xingu.

Educação e saúde

A precariedade no atendimento à saúde e à educação preocupa os moradores da Resex. Segundo Dicé Viana, morador de Bela Vista, na Resex, a área possui escola e posto de saúde, mas faltam profissionais para atender a população. “Não tem professor, nem enfermeiro. Se não fosse o posto de saúde dos índios a gente já estava morto aqui.” A secretária de Educação de Altamira, Marinês Simas, afirmou em reunião com os moradores, que não consegue contratar professores para as escolas das Resex, pois “não tem gente que queira ir para áreas distantes porque tem muito emprego em Altamira”. A mesma afirmação fez o secretário de Saúde de Altamira, Edvan Duarte

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