terça-feira, 22 de maio de 2012

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA NEGA PEDIDO DE HABEAS-CORPUS A REGIVALDO GALVÃO

Missionárias de Notre Dame comemoram decisão do STJ e diz que 'justiça foi feita'. Família de Regivaldo diz que vai recorrer.

Movimentos ligados aos direitos humanos no Pará comemoraram a decisão do Superior Tribunal de Justiça desta quarta-feira (22), que manteve preso o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, condenado por envolvimento na morte da missionária americana Dorothy Stang.

"Nós podemos dizer que a justiça está tentando seguir o que deve fazer. Tudo prova que Regivaldo foi um dos mandantes, e estamos felizes porque ele foi condenado", afirmou a missionária Julia Depwig, da congregação de Notre Dame, ordem da qual Dorothy Stang fazia parte. "Ninguém fica feliz por uma pessoa estar na cadeia, mas ficamos felizes pela justiça ser feita", avaliou Depwig.

Os familiares do fazendeiro ficaram abalados com a manutenção da prisão de Galvão. "Vamos recorrer até o último momento", disse Rosangela Galvão, esposa de Regivaldo. "A justiça colocou o Regivaldo nesta situação. Ele foi prejudicado pela delação premiada, já que o Amair (Feijoli da Cunha, também condenado pela morte da missionária, beneficiado com prisão domiciliar em 2010) deu declarações contra o Regivaldo, mas apesar dele ter voltado atrás, ninguém leva isto em consideração", comenta Rosângela.

A Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) também comentou a decisão do STJ. "Para nós a manutenção da prisão é satisfatória. Ela vai ao encontro do que a luta pelos direitos humanos espera do judiciário brasileiro, que é a condenação de todos que violem os direitos humanos, e que não hajam dois pesos e duas medidas", disse Marcelo Costa, advogado da SDDH. "Infelizmente, este tipo de decisão só temos nos tribunais superiores, já que temos no judiciário paraense uma série de assassinatos no campo que ainda estigão inconclusos", comenta Costa, que ressalta a importância da decisão pela grande visibilidade do caso. "Dorothy Stang, desde que era viva, sempre foi um símbolo da luta pelos direitos humanos".
G1

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